Pra gringo ver!

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Desde que comecei a trabalhar com design, minha relação com as Artes mudou muito. Antes eu era apenas filho de uma artista plástica (e também professora) que vivia olhando os trabalhos pirados que ela fazia pra a faculdade. Mas quando eu comecei a trabalhar, saí da posição contemplativa e parti para a interação.

Nesse movimento, fui atrás da história, e das tendências do design. Passei pelo construtivismo russo, pelo design yankee, pelos freaks japoneses e etc... gostei e aprendi muito com essas referências, mas minha esperança era também achar alguma coisa aqui no Brasil, algo para chamar de nosso. E foi ai que comecei a perceber, uma manifestação, quase um movimento artístico, que está diretamente ligado ao nosso dia-a-dia. Estou falando dos Cartazes de Mercado (pode ser Açougue também). Isso mesmo! De um tempo pra cá, eles começaram a chamar a minha atenção, principalmente a tipografia utilizada. Vocês já repararam naqueles anúncios do tipo "Picanha R$9,99 o kg", já viram que os estilosos numerões? Aquilo é coisa de calígrafo, e o melhor, pode mudar o Mercado, o bairro, e os númerões estilosos de canetão pilot continuam lá enfeitando nossa visão.

Numa análise superficial (estudiosos não me massacrem) eu considero essa manifestação genuinamente brasileira. Esqueçam as fontezinhas bastões do modernismo europeu, deixem de lado as fontes estilo baseball e basketball americanos dos anos 60 e 70. Vamos valorizar as nossas referências visuais. Que essas fontes sejam usadas em propagandas e editoriais pelo Brasil, chega do pensamento colonial e do mantra “Só é bom se vem de fora”!

Exemplos da cultura tipografica gringa

Eu queira sinceramente saber mais sobre essas fontes, que para mim parecem tão peculiares. Eu tinha uma teoria de que o mesmo cara faz todas, tamanha semelhança, mas como estão em todos os lugares descartei essa hipótese. Alguém sabe mais sobre isso? Um curso? Algum argumento que derrube meu manifesto pró-cartaz de mercado? A verdade é que eu só quero mostrar pros gringos que aqui também se cria!

Muito estilo no bom e velho cartaz de mercado

A melhor capa!(?)

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A American Society of Magazine Editors publicou na semana passada os finalistas desse ano do Best Covers of the years. Acessando o site para ver as escolhidas (e também os vencedores das edições anteriores), eu achei uma outra eleição, a das 40 melhores capas de revistas dos últimos 40 anos. A eleição já foi há algum tempo, mas quando olhei as 40, achei que deveria dar meus pitacos.

No site é possível ver todas, inclusive com hitórias off-records das capas. As clássicas como a da Rolling Stone de Yoko e Jon, as da Esquire com Muhammad Ali e com a lata do molho de tomate (obras dele, Andy Warhol) e a da National com a menina afegã estão lá, marcando presença. Mas confesso, das 40, várias não são assim uns primores de beleza. E é ai que entra o jornalismo. A revista, ou a capa da revista não é um quadro onde a beleza e a harmonia são indispensáveis. Numa revista, além da beleza, é muito importante também a mensagem que se quer passar. Por isso, elas podem não ser as mais bonitas, mas devem ser as melhores. Entra lá e vê se concorda comigo!

Ahh... e sobre a eleição desse ano, quando saírem os vencedores eu coloco aqui.


Por Favor RECICLE sua revista!

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Passeando pelo site da American Society of Magazine Editors, achei o que para mim é mais uma grande iniciativa dos yankees. Eles estão fazendo uma campanha de reciclagem de revistas. Chamada de Please Recycle This Magazine a campanha prega a seleção e o encaminhamento das revistas velhas para reciclagem. Eles inclusive desenvolveram alguns anúncios para serem usados como calhau nas revistas.

Parece estranho né? Uma Associação de Editores de Revistas pedir para que reciclem o fruto do seu trabalho, mas é bom ver que a onda da conscientização verde (motivada pelo polêmico Aquecimento Global) está tomando o mundo e a América (agora só falta eles assinarem o protocolo de Kyoto...rs). Espero que essa mesma onda chegue logo no Brasil!

Eu realmente acho que essa é uma iniciativa que deveria ser adotada aqui na terra brasilis, apesar de termos um grande movimento no "mercado da reciclagem". Infelizmente é alimentado por catadores informais, mal remunerados, não reconhecidos e etc... Que esse "mercado" se torne cada vez mais uma atitude a ser incorporada pela sociedade e pelo governo do país. Certo?

Diferentemente...você já não tirou uma foto igual?

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Já mudei o título desse post pelo menos umas 3 vezes. Gosto de títulos espirituosos, mas nesse caso estou mesmo procurando o melhor termo para representar um texto tanto quanto delicado. Porém o fato é que a pergunta não cala: até onde vai a oportunidade de tirar uma boa foto jornalística, e até onde isso se torna um oportunismo da desgraça alheia? (ui, falei que era delicado!)

Estou eu aqui pensando com meus botões que na verdade não existe uma resposta correta, ou um limite claro. Cada um com seus conceitos, experiências, ética, criação (familiar mesmo), e até as manias (aquelas que cada louco fica com a sua) é que define seu limite.

Subjetivo ..., relativo..., o fotógrafo sul africano Kevin Carter (1960-1994) ganhou o Prêmio Pulitzer em 1994, com a foto tirada em 1993 no Sudão. A foto retratava uma criança faminta e um urubu a espera de sua morte. Kevin se retirou da cena sem prestar socorro, e naquele mesmo ano se suicidou.

E nós, simples mortais da classe editorial, que gostamos mesmo de analisar, contestar, filosofar... sobre a foto não temos o que dizer. Ela é realmente impactante. Porém, ironicamente, o que conseguiu chamar mais atenção que a própria foto foi a história por detrás dela.

Não estamos aqui para julgar (vide João 8;7), mas que essa situação nos faça refletir. Coloquemos esse exemplo na minha e na sua vida e antes de fotografar, vamos pensar!


Design e estilo na parede da sala!

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Quando a Pa me falou para criarmos um blog para que eu falasse de design e ela de fotografia, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi: "Legal, vou poder falar do que eu quiser...hehehe". Isso porque todo designer é meio geek e pensa que pode revolucionar o mundo com seus neurônios. Eu por exemplo tenho diversas teorias, elas caminham por varios assuntos e são resultado da junção de elementos exitentes na minha biblioteca mental de referências. (ta vendo, falei que sou meio geek!!)

Trabalhando com design, é indispensável se abastecer quase que diariamente de informações visuais, desde de lindas revistas gringas, aos toscos panfletinhos de ruas, tudo acaba te servindo uma hora, seja para você ver o que deve e o que não deve fazer. Vagueando com meus olhos por ai em buscas dessas referências, e pensando na decoração de uma futura casa, comecei a imaginar o que fazer para dar meu toque geek pra minha parede. Pintar? Grafitar? Adesivar? Espelho? Todas essas soluções passaram pela minha cabeça, mas uma que ficou, resistiu... e pode emplacar é o bom e velho papel de parede. Quer coisa mais classuda do que papel de parede? Os moderninhos minimalistas que me desculpem, eu também gosto muito do Mondrian, mas aquelas bolonas cor laranja, com detalhes em amarelo e marrom, bem anos 70, são demais! E aqueles que parecem crochê, coisa de aristocracia...!!

Sério, papeis de parede são cheios de estilo e atitude, conversando com amigos da área, descobri algumas opiniões parecidas com a minha. Simpatizantes do velho e grudento papel e suas patterns estilosas. Coloco aqui um link do site Papel de parede dos anos 70 (de onde eu tirei as fotos acima e abaixo) com diversas texturas, ele relembra os clássicos da década que mudou o mundo.

Ahh, as cores!

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Cada profissional, independente de seu ramo de atuação, tem sua identidade e característica singular. Essa busca pelo "toque especial" é muito interessante, em alguns casos acontece naturalmente e em outros a busca é tanta que é possível se perder pelo caminho.

No meu caso a fotografia veio, e junto com ela as cores ( identidade? característica singular?). Naturalmente elas passaram a fazer parte do meu modo de olhar e registrar. Então, nessa ância de cores descobri um fotógrafo que realmente me identifiquei muito. Ele une: cores, formas, detalhes (muitos detalhes), ângulos e criatividade.

Como diz minha querida amiga Karina: vamos comer bastante arroz e feijão para chegar lá. Com vocês Miles Aldridge.

Solução de problemas ou design inteligente?

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Nos meus parcos anos de profissional, eu tive a sorte de trabalhar em diversas revistas, com muitos profissionais de altíssimo nível. E em todas as redações (salvo algumas infelizes exceções) sempre fui instigado a esgotar as possibilidades de criação de uma página, até achar a melhor solução. Não importava se era o “abre” da matéria de capa ou a seção de cartas da revista, a opção do design inteligente, aquele que te permite harmonizar texto e foto de maneira equilibrada e bonita sempre foi preconizada por todos os meus colegas. Mas isso tudo era no bom e velho mundo das revistas mensais, aquelas que você pode ficar uma semana só pensando no “abre”.

O tempo passou um pouco e desde o ano passado eu estou em outra pegada, trabalhando numa revista semanal. Ao chegar aqui, o impacto foi direto, fica de lado um pouco do design inteligente e de inúmeras possibilidades, entra a agilidade para solucionar os problemas de cada página. E uma das soluções clássicas para revistas semanais de informação é a foto passando pelo meio da página. Essa solução é o misto-quente do design da semanal, não tem como errar! Apesar de gostar muito de misto-quente, eu não gosto nem um pouco dessa solução. Perdi as contas de quantas vezes resmunguei por ter de “salvar a página” utilizando essa solução. Hoje uma conversa entre meus colegas Alexandre Lucas e Ricardo Martins gerou o assunto desse post. Isso porque a revista Time famosa por seu design clean e classudo deu uma derrapada e nos mostrou que até lá eles ficam nesse dilema.

Ao tentar fugir do misto-quente a Time foi infeliz

Em uma matéria, eles evitaram a solução misto-quente e jogaram a foto pra página da esquerda, e o resultado foi uma diagramação pensa, poluída e sem equilíbrio. Até eu que sou o ferrenho defensor desse tipo de layout me rendi, ficou realmente ruim. A conversa rolou mais um pouco até que o Ricardo Martins desferiu a frase matadora que enterrou qualquer argumento de ambos os lados “Essa solução (misto-quente) realmente não é das melhores, mas funciona muito bem para revistas semanais”. Infelizmente para mim a verdade é essa, às vezes precisamos deixar os escrúpulos do design inteligente de lado e resolver o problema.

Mas a Time também motrou como o misto-quente pode ficar bonito

300% Spanish Design

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Pra começar, já vou logo avisando que essa exposição já inaugurou a algum tempo. Mas como na maioria dos lugares eu só achei o serviço e aquele textinho básico de apresentação, eu resolvi colocar algo a mais. Fui ver essa exposição logo no primeiro final de semana após a inauguração. Eu tinha algumas teorias sobre a escola espanhola de arte e design e a exposição era o lugar certo para eu testar a veracidade delas. A exposição que ocupa dois andares do prédio do SESC Paulista e tem 300 objetos -100 luminárias, 100 pôsteres e 100 cadeiras- começa já no elevador todo envelopado com símbolos do design Espanhol. (O logo do pirulito Chupa Chups está para eles como o da Coca para os americanos).

As luminárias são a parte fraca da exposição, apesar de termos obras geniais como as feitas por Dali, em alguns momentos eu me senti na Etna ou na Tok Stok. Entre mortos e feridos eu destaco a luminária que vemos logo na chegada, feita toda de canetas Bic preta, essa pra mim foi disparada uma das melhores obras da exposição, as canetas refletiam a luz como se fossem um cristal Bacarat. Viagem total.

Saindo das luminárias passamos direto pro cartazes. Que pra mim é o ponto alto da expo. Tem obra lá do começo do século 20. O que me chamou a atenção foram os cartazes de propaganda, maquinas de escrever Olivetti, Nescafé, Philco e etc... Alguns cartazes assinados por Picasso e Miró podiam estar na minha parede. Na seção dos cartazes, minha teoria se confirmou, muito se fala da escola russa e seu construtivismo de formas geométricas. Mas os espanhóis também têm uma característica bem marcante. Eles são viceráis, gostam de irregularidades e muitas vezes extrapolam os padrões convencionais. O símbolo do turismo espanhol pintado por Miró é um exemplo clássico disso. Após todo impacto visual e das cores dos cartazes, fica até difícil subir um andar para ver as cadeiras.

Quando você ainda está se recompondo, da de cara com uma cadeira dourada com 3 pernas feita pelo Dali, essa e algumas outras cadeiras também merecem uma atenção especial pela ousadia, mesmo que pareçam ser incomodas na hora de se sentar.

A exposição é fabulosa e merece ser visitada. A minha dica é que após a exposição você suba até a Comedoria do SESC na cobertura e admire o skyline de São Paulo de um ângulo diferente.

300% Spanish Design
Onde: SESC Paulista (Av. Paulista, 119)
Quando: até 11/01/09 (Terça a sexta, das 13h às 21h; Sábados, domingos e feriados, das 11h às 19h.)
Quanto: Free

Nice to meet you

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Fazer um blog já era uma idéia antiga, só faltava a iniciativa. Eu mesma já tive um por anos, onde falava sobre atualidades, lugares, viagens e experiências da vida. O "BlackTea" era atualizado diariamente e chegou a ter uma média de 20 comentários. Quase um filho para mim... rss.

O tempo foi responsável em colocar em mim uma vontade de desenvolver algo novo, e uma crise de identidade momentânea me fez deletá-lo, confesso vai: me arrependo.


Diferentemente do blog anterior esse, além de ser voltado para experiências profissionais, é feito em parceria com Fernando Pires. Completamente paulistano (...e defende até o trânsito de SP), designer, homem de Deus, criativo, amigo, cristão, parceiro, companheiro e marido.

Eu? Ah, claro: Paola Máximo. Joseense (com sotaque de mineira), cristã, fotógrafa, formada em Produção Editorial, sonhadora, ama cheesecake, pós graduada em marketing e deita no sofá para escovar os dentes.

Sejam muito bem vindos...comentando, colaborando, participando!

Inauguramos!!

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Com esse post que você lê, nós estamos inaugurando o blog do Metanoia.Studio. Aqui falaremos muito sobre design e fotografia. Tentaremos dar um enfoque mais pessoal e embasado sobre cada assunto mencionado. Espero que gostem. Entrem e fiquem a vontade.