Elle Lupton na Cultura: "De volta a Bauhaus!"

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Hoje eu tive o privilégio de assistir a ótima palestra da Ellen Lupton na Livraria Cultura. Durante aproximadamente uma hora ela explicou os motivos que a levaram a escrever junto com Jennifer Cole Phillips seu novo livro. Aqui vai uma descrição do que rolou, sei que é um pouco longo mas vale a pena ler até o final.

Em Novos Fundamentos do Design, elas voltam aos conceitos e ensinamentos da Bauhaus, para lançar as bases do design que ela chamou de pós pós-moderno (isso mesmo), em palavras da própria seu desafio foi "No pós pós-moderno como voltar ao básico?". Professora num curso de Pós-Graduação, Ellen percebeu que a cada ano seus alunos entram sabendo mais sobre softwares e menos sobre os conceitos a serem empregados. Segundo ela: "A nova geração é boa demais em copiar, mas têm dificuldades na hora de criar, e o problema é a falta de conceito e o excesso de clichês no design atual (como por exemplo sombras, blurs e outros recursos semi-prontos disponíveis nos softwares hoje em dia)". Os preceitos da Bauhaus que buscava a simplificação da forma, em seus elementos mais puros, foram deixados de lado a partir do anos 60, trocados por um design mais viceral, caótico (no sentido da sua construção) e que levava em conta a experiência particular de cada indivíduo. Em seu livro ela defende que a nova geração de softwares (com suas facilidades utiliazadas de forma corretas) nos possibilita a criação de trabalhos complexos, mas com a preocupação da universalidade proveniente da Bauhaus. Show...!

Após a esclarecedora palestra Ellen respondeu algumas perguntas. Perguntada sobre o porque de seu livro apesar de tratar de assuntos comuns em outros livros (como ponto, linha e plano) ser tão especial, ela explicou que os livros velhos de referência que ela utilizava na faculdade não se conectam com a geração atual e em sua experiência como professora ela percebeu que essa conexão é primordial para que a nossa geração busque esse tipo de referência. Outra pergunta era sobre a dificuldade na regularização da profissão de designer. Sobre isso ela foi polêmica, disse que a regularização (que também não existe nos EUA) não importa, que o que importa é uma cena atuante e isso o Brasil tem. A última pergunta que ela respondeu, foi sobre a diferença em se fazer design a 30 anos quando não se tinham essas inúmeras ferramentas e agora onde apesar do grande leque de ferramentas é preciso de mais conhecimento para utiliza-las de maneira correta. E ela deixou claro que ama as novas tecnologias, mas que é preciso buscar nos bons tempos a vivacidade do design.

Como vocês podem ver, a mulher é boa e como o mediador André Stolarski falou, sua melhor qualidade e a facilidade que tem de tornar assuntos mais complexos em simples conversas amigáveis.

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