Quem só ler o título do post não vai entender nada... certo? Por isso que vou explicar logo no começo, ontem conversando com um amigo que passou o último ano em Londres, eu peguei uma Esquire inglesa com ele, para dar uma olhada e ai que reparei bem... Outro país, outro projeto. Vale uma análise, certo?
Eu não vou falar de todas as Esquire, ela é publicada em aproximadamente 16 países (entre eles Emirados Árabes Unidos e Taiwan e Thailândia) vou falar da maior, que é a americana com tiragem de 1 milhão de revistas, da inglesa e da espanhola. É engraçado ver essa diferença, ainda mais na Esquire, considerada por muitos "A REVISTA".A Esquaire USA é vanguardista, tem 75 anos de existência e posso dizer sem medo que 10 em cada 10 designers editoriais gostaria de trabalhar nela. Especialista em lançar tendências, eles costumam ter o que chamo de projeto mutante. De uma edição para a outra eles podem mudar fontes, colunagem, baseline e continuam com a beleza esquiriana. A preocupação e o refinamento dos detalhes da edição americana fazem a diferença e demonstram a preocupação editorial com a beleza. A Esquire USA representa exatamente o pensamento do povo americano.
Isso acontece também com a Esquire UK, mais sóbria e clássica do que a americana, a Esquire UK me mostra como os britânicos são sérios. As mudanças de uma edição para a outra são mais sutis e comedidas, a tipografia mais sóbria, passa um ar de seriedade, olhando para a ela, você tem a impressão que as vezes os americanos exageram em recursos gráficos (ledo engano). A versão inglesa é o mordomo, aquele cara elegante, bem vestido, mas que não chama tanta atenção.
Pra finalizar, temos a versão Esquire ESP que é a mais nova das três. Apesar de recente em relação das outras, ela já conseguiu criar sua própria identidade. Com um projeto que segue mais a linha da americana, a Esquire ESP ousa como os yankees, mas sem perder a viceralidade espanhola (coisa que falei nesse post aqui). Em alguns momentos eles vão além e ganham muitos pontos nas capas sem chamada. Que é algo de outro mundo para nós reles brasileiros...rs. Das três eu acho a mais fraca, mas mesmo assim ainda é uma belíssima revista.
O que eu acho legal nessa análise é ver uma marca como a Esquire, ir pra cima e ousar a ponto de ter diversas versões diferentes do mesmo produto. Ao invés do pensamento neandertal-tupiniquim "time que está ganhando não se mexe" eles buscam em cada país, se adaptar a cultura local, sem perder a essência esquiriana. Um show de bom gosto e planejamento estratégico. Não é a toa que eles estão onde estão.
Fe, a gente "combinou" de não se comentar...para não ficar chato um blog nosso, comentado por nós mesmos..kkk... Mas depois que li esse seu post, não resisti. Você conseguiu, com olhar atento, direto e simples contar detalhes sobre a Esquire e ainda fazer um paralelo comparativo muito interessante. Cada vez mais crescendo no seu olhar. Continue!
bjs
bom, já que o amigo que morou em Londres sou eu, eu vou comentar haha
pra mim, design graficamente falando a ordem é essa:
Esquire inglesa > Esquire Espanhol > Esquire Americana.
Acho que a Espanhola ta entre a chutação de balde da americana (que assim como os ingleses, eu acho que tem design demais ali) e a classe da inglesa (que eu sou fanzaço haha)
Mas de fato, a Esquire é uma puta escola... tão sempre se reiventando, onde quer que seja (fiquei curioso pra ver uma Esquire Thailandia haha)