Clássico é clássico e vice-versa...

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A fala acima é atribuída a ao folclórico e caneludo Jardel, atacante que teve passagens destacadas por Grêmio e Porto de Portugal e apagada pela seleção brasileira, segundo as más línguas, Jardel teria cravado essa pérola no intervalo de um clássico na terrinha (provavelmente Porto X Benfica. Tendo disso isso ou não, ele levou a fama.

Bom, mas como o blog não é sobre futebol vamos ao que interessa. Quem já passou por aqui mais de uma vez sabe o quanto eu malhei o iPad e seus similares pelas insistentes e frustradas tentativas de simular a interação do leitor com a revista. Mas, além de chato eu sou justo e agora está na hora de falar do inverso, das polêmicas (e as vezes frustradas) tentativas das revistas impressas de simular uma capa no iPad. Com o lançamento do brinquedinho da Apple pipocaram por ai capas sobre ele, e assim que percebi a tendência (ou a falta de...), comecei a colecionar as imagens e a demora pra fazer o post, foi recompensado quando vi na banca do Johnny a capa da Wired. Sei que ainda rolaram mais capas, quem tiver uma dica manda que atualizarei o post

Confiram abaixo as primeiras quatro e opine... tendência?

Info (Brasil)


Mac + (Brasil)


Mac Format (UK)


Wired (USA)

Mudar ou morrer!



O mais legal de ter um blog de design, é poder acompanhar o movimento das tendências e quando possível antecipa-los.

A uma semana no post "...give power to designers!" eu falei sobre a Palestra do Jacek Utko no TED do ano passado. A palestra falava basicamente de como o redesign do projeto gráfico/editorial de um jornal pode influenciar diretamente na sua circulação. Jacek trazia dados impressionantes com aumento de até 100% na tiragem em 3 anos.

Agora, o que era pra ser apenas um post colaborativo, ganhou contornos de coincidência, quando o MagCulture postou o redesign do The Observer em Londres e agora ganha ar de profecia quando descubro que os 4 grandes jornais de SP tem mudanças gráficas e editoriais preparadas pra esse ano. Estadão, Folha, Valor e Diário de S. Paulo, apostam nessa mudança, como uma forma de aproximar o papel dos novos hábitos culturais e comportamentais da sociedade.

O Estadão tem mudança anunciada para o final de semana do dia 14/03. Segundo a chefia do jornal, o redesign de agora é uma evolução do projeto de 2004 e promete inovações como um novo padrão de colunagem. O trabalho foi tocado pelo estúdio multi-nacional Cases i Associats que tem em seu portifólio mais de 100 projetos para jornais do mundo todo como Daily Mirror e The Independent (UK), Clarín (Argentina) e etc...

Na Folha de São Paulo o novo projeto gráfico, que vem sob a batuta de Eliane Stephen deve estrear apenas em Maio. Eliane que também foi a responsável pelo redesign da Folha nos anos 90 quando o jornal passou a ser impresso colorido. As grandes vedetes desse novo trabalho devem ser as famílias tipográficas desenhadas por nomes de peso como Erik Spiekermann, Christian Schwartz e Lucas de Groot - este trabalhando num redesenho da fonte display criada por ele próprio em 96.

Por ter um público mais conservador, o Valor Econômico não aposta em mundanças drásticas, mas apenas numa pequena releitura, uma espécia de aparar de arestas, que será tocada pelo estúdio Simon Associates e deverá sair em Maio, mais precisamente dia 03 data que o jornal comemorará 10 anos de vida.

Já o Diário de S. Paulo começa esse mês um trabalho que deverá ficar pronto apenas no final do ano, começou essa semana um grande trabalho de identificação de mercado e público-alvo, comandados pela Innovation Media Consulting, que trouxe pra capitanear essa primeira fase o designer espanhol Antonio Martin responsável pelo redesign de jornais como de Marca e Expansión(Espanha), Diário Econômico(Portugal) e Libèration (França).

Brincadeiras sobre achologia a parte, a única coisa que me incomoda, é a falta de mão-de-obra brasileira em todo esse processo. Tenho certeza que muito do que será feito sairá de telas bazucas, mas infelizmente, como na maioria das vezes, esses não são os "que aparecem"...

Trabalhando com o Inimigo


Sempre que o governo precisa de ajuda em alguma campanha nacional, o futebol entra em ação. Campanha contra a fome? Faixas no Fla-Flu. Diga não ao racismo? Concientização num Corinthians X Palmeiras. Todos juntos pela PAZ? Jogadores de Grêmio e Inter entrando de mãos dadas... e assim vai, pois quando os grandes juntam suas forças os resultados normalmente aparecem.

Então, o que esperar de um movimento capitaneado pelas maiores editoras dos EUA?
Time Inc., Condé Nast, Hearst, Meredith Corp. e Wenner Media acabaram de lançar a campanha “Magazines, The Power of Print”. Isso mesmo, serão 79 revistas (veja aqui uma lista com todas) que levantaram a bandeira das grandes editoras do mercado americano, que querem mostrar alguns equívocos no que diz respeito a abordagem do presente e do futuro das revistas impressas, reafirmando sua importância cultural.

A idéia dos caras é mostrar que uma nova tecnologia não sepulta a outra (antiga) e pra isso eles lembram de exemplos como: "O cinema vai acabar com o teatro, a TV vai acabar com o cinema e a Internet vai acabar com todos."

A ação já tem algumas frentes, como o logo da campanha que utiliza pedaços dos letterings das revistas. Dois anúncios exaltando as "qualidades" de materiais impressos (um conta até com o multi-campeão Michael Phelps) e um vídeo onde os ban-ban-bans das editoras defendem seus "filhos".





Essa nada mais é do que mais uma desesperada tentativa das editoras sobreviverem. Mas como falei no começo do post, quando os grandes se unem, normalmente os resultados aparecem. Eu só fico em dúvida (na verdade eu já sei a resposta. rs) se aqui no Brasil, nós um dia veremos editoras como Globo e Abril se juntando para fazer algo no mesmo sentido...