Aí sim fomos surpreendidos novamente

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Na semana passada a Wired divulgou um vídeo sobre o seu novo aplicativo pra iPad. Pra mim, a grande novidade é o início de um novo pensamento na hora de criar o conteúdo, a tentativa de emular uma interação revista x leitor começou a ser deixada de lado e as interações que o iPad proporciona, como toque, video e etc. começaram a ser usadas de maneira mais conceitual.

Como sempre a Wired da um passo além das outras na busca pela melhor forma de disseminar seu conteúdo...


O Amarelo é o novo bold?

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"Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar..."

É assim, ao som de O portão do rei Roberto Carlos que começo esse post. E não pensem que vou falar do lançamento da Wired pro iPad (não vou falar agora, falarei no próximo post). Hoje vou falar de algo muito mais substancial, importante e conceitual do que porcarias tecnológicas (nossa, que agressivo, vou xingar muito no twitter... rs)

Hoje eu vou falar do atentado que 99,999% dos designers (me incluo nessa) tem feito aos indefesos olhos do público em geral. Falarei do uso exacerbado, descriterioso e gratuito do amarelo 100% no design editorial brasileiro.

Primeiro quero deixar claro que eu gosto e uso muitas vezes o amarelo100 (vamos chamar assim pra ficar mais fácil, ok?) mas tenho percebido que os designers de maneira geral tem perdido a mão no uso desse recurso. Como diz meu amigo Alexandre Lucas, o amarelo100 é como energia nuclear, em mãos erradas...

Hoje em dia, as coisas estão assim, você precisa destacar alguma informação? Mete um amarelo! Pode ser uma caixa amarela pro trás, pode ser texto escrito em amarelo, pode ser um splash amarelo...

Só que chega uma hora que as referências precisam mudar ? Daqui a pouco, o amarelo100 vai ser que nem Nike Shocks (made in china), todo mundo tem. E ai amigo, um recurso bacana vai ficar banalizado.

Nós precisamos buscar outras formas de destacar a informação, já banalizamos o bold e estamos banalizando o amarelo100... onde é que vamos parar...?

Abaixo coloco alguns exemplos (inclusive coisas minhas) pra vocês verem como o amarelo100 está em todos os lugares. Não se melindrem ok?









O leitinho das crianças está garantido?

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Quando o mercado editorial começou a ser bombardeado com teorias apocalípticas do fim de revistas, jornais e livros, muitos designers ficaram com medo... As expressões do mais medrosos eram: "Ficaremos sem emprego."

Mas o que todos nós esquecemos, é que assim como a tecnologia avança na forma como disponibiliza as informações, ela também avança na forma de produzir conteúdo. Acabo de conhecer através de Crystian Cruz - um entusiasta das novas tecnologias - o Content Station da WoodWing's. Que nada mais é que um plugin do Indesign que facilita a produção de conteúdo pro iPad. A bandeira levantada por eles é de que com esse plugin você não precisa de grandes conhecimento de programação e pode produzir conteúdo de qualidade com as atuais habilidades dos designers. Abaixo segue um vídeo de demonstração do programa.



Como eu venho falando a tempos, o Content Station é apenas mais um degrau na escada que vai nos levar a um novo e diferente formato de produção e disseminação de conteúdo. Onde o papel do designer será fundamental, deixaremos de nos preocupar apenas com a forma e passaremos a pensar também no conteúdo. Segundo o próprio Crystian sua nova profissão é essa, Designer de Conteúdo.

Aguardemos então os próximos capítulos...

Clássico é clássico e vice-versa...

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A fala acima é atribuída a ao folclórico e caneludo Jardel, atacante que teve passagens destacadas por Grêmio e Porto de Portugal e apagada pela seleção brasileira, segundo as más línguas, Jardel teria cravado essa pérola no intervalo de um clássico na terrinha (provavelmente Porto X Benfica. Tendo disso isso ou não, ele levou a fama.

Bom, mas como o blog não é sobre futebol vamos ao que interessa. Quem já passou por aqui mais de uma vez sabe o quanto eu malhei o iPad e seus similares pelas insistentes e frustradas tentativas de simular a interação do leitor com a revista. Mas, além de chato eu sou justo e agora está na hora de falar do inverso, das polêmicas (e as vezes frustradas) tentativas das revistas impressas de simular uma capa no iPad. Com o lançamento do brinquedinho da Apple pipocaram por ai capas sobre ele, e assim que percebi a tendência (ou a falta de...), comecei a colecionar as imagens e a demora pra fazer o post, foi recompensado quando vi na banca do Johnny a capa da Wired. Sei que ainda rolaram mais capas, quem tiver uma dica manda que atualizarei o post

Confiram abaixo as primeiras quatro e opine... tendência?

Info (Brasil)


Mac + (Brasil)


Mac Format (UK)


Wired (USA)

Mudar ou morrer!



O mais legal de ter um blog de design, é poder acompanhar o movimento das tendências e quando possível antecipa-los.

A uma semana no post "...give power to designers!" eu falei sobre a Palestra do Jacek Utko no TED do ano passado. A palestra falava basicamente de como o redesign do projeto gráfico/editorial de um jornal pode influenciar diretamente na sua circulação. Jacek trazia dados impressionantes com aumento de até 100% na tiragem em 3 anos.

Agora, o que era pra ser apenas um post colaborativo, ganhou contornos de coincidência, quando o MagCulture postou o redesign do The Observer em Londres e agora ganha ar de profecia quando descubro que os 4 grandes jornais de SP tem mudanças gráficas e editoriais preparadas pra esse ano. Estadão, Folha, Valor e Diário de S. Paulo, apostam nessa mudança, como uma forma de aproximar o papel dos novos hábitos culturais e comportamentais da sociedade.

O Estadão tem mudança anunciada para o final de semana do dia 14/03. Segundo a chefia do jornal, o redesign de agora é uma evolução do projeto de 2004 e promete inovações como um novo padrão de colunagem. O trabalho foi tocado pelo estúdio multi-nacional Cases i Associats que tem em seu portifólio mais de 100 projetos para jornais do mundo todo como Daily Mirror e The Independent (UK), Clarín (Argentina) e etc...

Na Folha de São Paulo o novo projeto gráfico, que vem sob a batuta de Eliane Stephen deve estrear apenas em Maio. Eliane que também foi a responsável pelo redesign da Folha nos anos 90 quando o jornal passou a ser impresso colorido. As grandes vedetes desse novo trabalho devem ser as famílias tipográficas desenhadas por nomes de peso como Erik Spiekermann, Christian Schwartz e Lucas de Groot - este trabalhando num redesenho da fonte display criada por ele próprio em 96.

Por ter um público mais conservador, o Valor Econômico não aposta em mundanças drásticas, mas apenas numa pequena releitura, uma espécia de aparar de arestas, que será tocada pelo estúdio Simon Associates e deverá sair em Maio, mais precisamente dia 03 data que o jornal comemorará 10 anos de vida.

Já o Diário de S. Paulo começa esse mês um trabalho que deverá ficar pronto apenas no final do ano, começou essa semana um grande trabalho de identificação de mercado e público-alvo, comandados pela Innovation Media Consulting, que trouxe pra capitanear essa primeira fase o designer espanhol Antonio Martin responsável pelo redesign de jornais como de Marca e Expansión(Espanha), Diário Econômico(Portugal) e Libèration (França).

Brincadeiras sobre achologia a parte, a única coisa que me incomoda, é a falta de mão-de-obra brasileira em todo esse processo. Tenho certeza que muito do que será feito sairá de telas bazucas, mas infelizmente, como na maioria das vezes, esses não são os "que aparecem"...

Trabalhando com o Inimigo


Sempre que o governo precisa de ajuda em alguma campanha nacional, o futebol entra em ação. Campanha contra a fome? Faixas no Fla-Flu. Diga não ao racismo? Concientização num Corinthians X Palmeiras. Todos juntos pela PAZ? Jogadores de Grêmio e Inter entrando de mãos dadas... e assim vai, pois quando os grandes juntam suas forças os resultados normalmente aparecem.

Então, o que esperar de um movimento capitaneado pelas maiores editoras dos EUA?
Time Inc., Condé Nast, Hearst, Meredith Corp. e Wenner Media acabaram de lançar a campanha “Magazines, The Power of Print”. Isso mesmo, serão 79 revistas (veja aqui uma lista com todas) que levantaram a bandeira das grandes editoras do mercado americano, que querem mostrar alguns equívocos no que diz respeito a abordagem do presente e do futuro das revistas impressas, reafirmando sua importância cultural.

A idéia dos caras é mostrar que uma nova tecnologia não sepulta a outra (antiga) e pra isso eles lembram de exemplos como: "O cinema vai acabar com o teatro, a TV vai acabar com o cinema e a Internet vai acabar com todos."

A ação já tem algumas frentes, como o logo da campanha que utiliza pedaços dos letterings das revistas. Dois anúncios exaltando as "qualidades" de materiais impressos (um conta até com o multi-campeão Michael Phelps) e um vídeo onde os ban-ban-bans das editoras defendem seus "filhos".





Essa nada mais é do que mais uma desesperada tentativa das editoras sobreviverem. Mas como falei no começo do post, quando os grandes se unem, normalmente os resultados aparecem. Eu só fico em dúvida (na verdade eu já sei a resposta. rs) se aqui no Brasil, nós um dia veremos editoras como Globo e Abril se juntando para fazer algo no mesmo sentido...

"...give power to designers!"

Confesso que quando recebi inúmeros tweets, emails e mensagens falando de uma palestra do Jacek Utko com o tema Design para salvar os Jornais de Março de 2009 no TED, pensei assim "Ta bom, mais um designer que virou burocrata... nem ligo!" e fui ignorando... até que num momento de ócio criativo resolvi assistir o vídeo curtinho de 6 minutos e pouco, afinal por algum motivo esse vídeo foi ressuscitado.

São 6:08 minutos que valem por um MBA (...rs). Em meio a frases como "Eu queria fazer pôsteres. Nem jornais nem revistas. Pôsteres!" ou então "Porque eu fazia perguntas de negócios ao invés de apenas mostrar páginas? ". Ele explica como tornou pequenos jornalecos suecos publicados no bloco soviético no fim da década de 80, nos jornais mais bonitos do mundo capazes de vencer prêmios como SND e Malofiej. Tudo isso aumentando a sua circulação e consequentemente seus lucros.

Para se ter uma idéia, na Bulgária, após 3 anos de redesign o jornal Pari aumentou em 100% a sua circulação (está bom editorAs?).

Não preciso nem falar o quão feliz fiquei com os números e tudo mais que ele falou. Bom, não vou ficar aqui atrapalhando, o cara além de bom designer fala bem... assistam (no site do TED tem da pra ver legendado em português)...!



PS: Aaaah, é claro que a frase do título do post é dele...!

Aham... conta outra...

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O post passado Porque não falar do iPad, não foi o suficiente pra e destilar todo meu desprezo pelas "tentativas" de se criar novas interações leitor x revista.

Semana passada a Wired lançou junto a Adobe um vídeo que tenta mostrar um novo conceito de interatividade e imersão que promete revolucionar as possibilidades de editores e anunciantes na tentativa de atrair os leitores. Antes disso a Interview e a Sports Illustrated também divulgaram vídeos de suas "revistas do futuro".







A verdade é que todos são muito toscos, mal feitos e pretensiosos. Segundo um amigo esses novos formatos não passam de "PDF's metidos a besta".

O problema é que seja por ignorância ou por empáfia (isso vale pros hypes, e modernosos), muita gente vai comprar a idéia das editoras, que cada vez mais agonizantes tentam de tudo pra manter o leitinho das crianças.

Porque não falar do iPad

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Pela cara, o Steve Jobs concorda comigo

Fazem exatamente 24 dias que Steve Jobs - em sua tradicional camisa preta - lançou o tão esperado iPad, o novo e-book (ou leitor digital, ou o que você quiser chamar...) da Apple. Desde então eu venho amadurecendo a idéia de que o iPad ser um supra sumo tecnológico é um dos maiores engodos vendidos pela mídia nos últimos tempos.

Me desculpem os macmaníacos e os "entendidos" em tecnologia que defendem o iPhonão, mas o iPad é uma piada, um projeto reaproveitado e mal acabado.

Reaproveitado, porque está na cara a influencia do iPhone (esse sim um belo projeto) no design e nas aplicações do iPad e mal acabado porque apesar das inovações, falta ao iPad a real essência do que ele se propõe a ser, uma nova forma de interação entre homem e máquina no que diz respeito a disseminação da informação. Esse pecado aliás não é só do iPad mas de todos as outras tecnologias que "tentam" simular uma interação já existente numa plataforma mais moderna, mas que não suporta as novas demandas da sociedade.


Esse era um elefante branco

Algo parecido com o que aconteceu com o LD nos anos 80/90. Existia uma demanda de algo mais moderno e de maior envergadura no armazenamento de áudio e vídeo. Mas a pouca capacidade de armazenamento, o alto custo e o barulho jogaram contra o LD. Foram preciso mais alguns anos de avanços tecnológicos para que a demanda da sociedade fosse atendida com a criação do DVD.

Esse paralelo do iPad para o LD pode parecer radical, até porque dificilmente o marketing da Apple falha e provavelmente o iPad venderá horrores. Mas, como podemos atestar com o sucesso do rebolation no Carnaval, nem sempre o povo compra o que realmente vale a pena...

A nossa sorte é que o tempo de avanços tecnológicos hoje em dia também está mais rápido e logo teremos uma tecnologia realmente nova que possa atender as demandas de hoje. Enquanto isso, prefiro não falar de iPad.