Nada se cria, é tudo "benchmark"

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Em pleno século 21, a frase de Lavoisier, "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", se encaixa como uma luva na cena do design mundial. Enquanto teóricos como a americana Ellen Lupton nos chamam de pós pós-modernos e nos levam de volta aos conceitos bauhanianos (leia mais aqui), os designers sofrem na criação de novas manifestações.

Falta de conceito? Sim... Excesso de clichês? Com certeza!... É preciso olhar pra trás, temos que ver como tudo começou, como as coisas eram vicerais, designers eram verdadeiros artistas etc, etc e etc...

Mas o que falar quando uma peça que é um dos ícones do design clássico, a representação dessa época áurea, é apenas um plágio descarado. Uma cópia sem originalidade e sem a menor criatividade. Eu estou falando do famosos e até pop cartaz do exército americano com o Tio Sam dizendo "I want you" que influenciou milhões de designers. Esse cartaz nada mais é do que uma cópia de um outro cartaz criado para o exército britânico 3 anos antes.


A idéia original britânica e a cópia americana, o americano é mais bem executado mas será pra sempre uma idéia copiada.

"Mas e ai, o que faço? Me enfio no meio do mato e não vejo mais nada para não contaminar meus olhos com os trabalhos dos outros?"

Não, não estou dizendo que nós não devemos olhar para grandes obras e nos inspirar. Afinal a nossa biblioteca mental é uma grande mistura de referências, coisas criadas por outras pessoas que de alguma forma influenciaram nosso modo de pensar. Mas a diferença entre benchmark e plágio e bem grande. O benchmark é um termômetro, é usado para que você tenho a idéia de como uma solução pode resolver esse ou aquele problema. Já o plágio é uma cópia sem o mínimo pudor de algo que já existe, um crime.

Infelizmente, no design editorial (principalmente nas capas de revistas) a segunda prática vem se tornando cada vez mais comum, e a solução para isso é uma mudança de mentalidade, que tem de atingir a sociedade, mas que precisa começar no design.

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