Bola pro mato que o jogo é de Campeonato

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Continuando as análises sobre o mercado editorial brasileiro eu aproveito o lançamento da versão brasileira da tradicionalíssima revista britânica Four Four Two. Para falar sobre uma nicho que existe a muito tempo no nosso país mas que ao meu ver ainda não foi explorado de maneira correta. Falo das revistas de Futebol. O Brasil é o país do futebol. Todo mundo joga, torce e discute sobre isso. Teoricamente uma revista de futebol aqui, deveria vender como água. Mas infelizmente não é isso que acontece. Tirando a Placar (que vou analisar mais a baixo) o país nunca teve uma revista de futebol de destaque ou tradição. Título vêm e vão mas em sua maioria a falta de visibilidade e vendas põe um fim na trajetória.

Como falei em a uns dias atrás (leia aqui) o mercado editorial brasileiro está em expansão e se segmentando cada vez mais. Com isso, a Placar que ganhou agora a concorrência da Four Four Two, também vai ter de tomar cuidado com a revista FUT! turbinada pelo jornal Lance!. Os dois novos títulos são os únicos que realmente podem junto com a Placar, mudar essa escrita de que revista de Futebol não da certo no Brasil. Abaixo eu faço uma análise mais profunda das três publicações.

Placar (Editora Abril, desde 1970, públicos A, B e C, futebol nacional)
A Placar é uma das revistas de esporte mais tradicionais do país. Têm credibilidade e muita história, mas mesmo assim não deve ser considerado um caso de sucesso absoluto. Em sua longa trajetória teve péssimos momentos e quase sempre deu prejuízo nos balanços de fim de ano. Pela redação de Placar passaram os maiores jornalista, fotógrafos e designers do Brasil. Gráficamente Placar chegou a se colocar na vanguarda brasileira com seu polêmico projeto chamado de "Futebol, sexo e rock 'n roll" feito em um formato grande e assinado por ninguém menos que Roger Black um dos designers mais conceituados do mundo. Hoje o projeto gráfico da revista prima por boas fotos que sofrem interessantes interferências visuais. A tipografia forte da atitude e modernidade ao projeto.

Capa da Placar, fotaça com um belo tratamento


No abre a fonte imponente resolveu o problema

As seções da Placar são agora as mais básicas


FUT! (Editora Lance!, 1ª Edição, públicos A e B, futebol nacional e internacional)
A FUT! é mais uma ousada investida do Grupo Lance! na busca pela hegemônia no segmento futebol. Em seu teaser de lançamento ela promete ser uma opção sofisticada de cobertura de futebol pelo mundo, mas infelizmente o primeiro número da revista não cumpre o prometido, com uma capa polêmica, fotos ruins, papel de péssima qualidade e impressão deficiente o trabalho fica totalmente comprometido. Ainda que os textos (de uma equipe de qualidade) sejam bons, o conjunto deixa muito a desejar. O projeto gráfico criado pelo estúdio Cases i Associats de Barcelona é interessante com soluções modernas nas seções e abres ousados. Mas essas boas soluções não combinam com as cores escolhidas que são opacas e sem vida (não sei se por culpa do papel ou são assim mesmo.)

Na capa da FUT! nem o verniz de reserva salvou a foto

O bom projeto ficaria ótimo com umas cores mais vivas


Seções divertidas e bem resolvidas. Ponto pra eles


Four Four Two (Editora Cadiz, 1ª Edição, públicos A e B, futebol internacinal)
A Four Four Two brasileira vem turbinada pela fama e tradição da irmã britânica. Com projetos parecidos, a versão verde-amarela têm como missão seguir os craques brasileiros no velho continente. O ar classudo das seções e as cores vivas é são o destaque. A primeira edição falha algumas vezes na utilização de recursos gráficos gratuitos. Sombras em excesso e montagens forçadas deixam a idéia que o projeto é bom, mas só precisa de mais cuidado na hora de ser executado. As boas qualidades de papel e de impressão dão o ar TOP que as classes A e B exigem.

A capa da Four Four Two, boa para uma primeira edição


Abres ousados, mas a sombra podia ter ficado de fora


Seções modernas e com cores vivas


Essas 3 revistas com certeza são as de mais destaque no cenário brasileiro e devem ser observadas de perto. Como designer e amante do futebol minha esperança é que as 3 possam alavancar o segmento e ocupar esse nicho que está ai, e só precisa ser bem preenchido.

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